domingo, janeiro 26, 2020

EGOÍSMO

Alcança-me Abraça-me Ama-me Quanto tempo for e se você quiser... Busca-me Basta-me Beija-me Do jeito colado e, quando você vier Cura-me Consola-me Cuida-me Das pedras atiradas contra os meus pés Destila-me Devora-me Delira-me o sonho inesperado é te fazer mulher Esfrega-me Espelha-me Espalha-me No chão, mas longe desse mal me quer Figura-me Festeja-me Fantasia-me da esperança, descobrir quem é Gasta-me Gruda-me Garanta-me Que a vida passada, não te faça ré Herda-me Helene-me Honra-me Num sopro, da luta como a vida é Imita-me Ilustra-me Indaga-me Debruça em teu corpo, a cor da nota ré Junta-me Joga-me Jura-me Os modos, os medos te fazem como quer Levanta-me Lavra-me Lustra-me No brilho das estrelas, quando você puder Melhora-me Mastiga-me Mestiça-me Que a malha mais antiga cobre toda a fé Navega-me Nega-me Negreja-me Que a força gruda e sábia é, como disser Oscila-me Orvalha-me Olha-me Além do horizonte... por ouvir quem é Precisa-me Provoca-me Procura-me Por fora desse mundo até onde der Queima-me Queira-me Queixe-me Ao espelho dos sentidos o que é mister Sacuda-me Segura-me Separa-me Do molho das pedras, dos pássaros, das rés Una-me Ultraja-me Ufana-me Na cor mais cintilante por uma légua, até Vasculha-me Visita-me Venda-me Como a sede, a fome, a seca sem nenhuma fé Xereta-me Xiba-me Xucra-me Doma este velho coração, veja como ele é Zanga-me Zimbra-me Zera-me! Em verbos e versos... leve a vida, por um qualquer! EGOÍSMO erhi Araujo

sexta-feira, janeiro 24, 2020

Pousos

Nada que me possa fazer doce Sai da minha boca com o amargo do fel Nada que em meus trajos, azul que fosse Carrega sujeiras deste céu... Nadas, quando te faltar verdades Entres braçadas perdidas, te mergulhar num céu Nadas, ainda que te vença a maldade Enxugas aos pouco a umidade com teu véu.. Nada, o que por são dizer, fosse Como um responso de crueldades Nada do que me farto, me contorce Nem a rua, nem a rinha, nem letreiros da cidade Nadas, contra as gotas de hospitalidade Cobre-se da arrelia, de regra o infiel Nadas, se o desconto da fria caridade Perde-se o quanto te trago, me faz réu! POUSOS erhi Araujo

terça-feira, setembro 04, 2018

Vontade dos seus

José! da última hora santo, me deixa tragar o pranto quantas vezes, lembrar um dia… outros tantos, muitos dez ou nove... José? em quantas gotas contas, das lágrimas pétalas, imãs, calçadas tiras pedras... um pé. contas! bancos, anjos, castigos e véus… amordaça, esmola cativa, o aluguel a estação, velha razão das flores investidos horrores nas árvores, os malditos esfumados, precipício na alma de tolos um sortilégio José… sanha e histórias, castigas a glória não raridades, mágoas, intrigas o célere ardor, o requinte, privilégio! uma toalha de luz, lençóis azuis cortinas de seda, vinho... a mesa uma vela diz-se chama, acessa, pisa em pétalas de rosas nas tertúlias das últimas noites enquanto há sol do lado de fora… José! a vaidade não é tua nem mesmo quando tropeça, na rua no passos que atravessa a soleira da velha casta, uma dor dá-se fronteira não mais dia de festa do pouco que lhe resta o meio da semana e segunda-feira, José. erhi Araujo