quarta-feira, junho 25, 2008

memória tatuada

quarta-feira, junho 18, 2008

Um talho

Se mais tarde
uma palavra distrair
e seguir atalhos
vê o dia ao cair
da pele nua em frangalho,
depôs da carne fria, os retalhos
vir além dos próprios olhos...
a messe, a grua, a luz!

Um talho
erhi Araújo

terça-feira, junho 17, 2008

Promessas

No mar
distante dos olhos negros
recortava-nos curvos, frios
caminhos de areias e veredas nos canaviais
das palmas a lida de seus fiéis
a vida, que vi deste tempo sem mãos
pedia-nos contrito, sem olhar, submissos...
a pena, de ouvir sem contemplar
orações, implorações daqueles dias
por isto! desamparado, indigitado
de tão estranho espetáculo
num instante, o fim...
resta-nos a moeda luzidia, redonda
e o que nos há de custar!

Promessas
erhi Araújo

quinta-feira, junho 12, 2008

Tábua


Enegreci!
o sal da escravatura
ao cair pondo sol a toda urbanidade
que julgara mestra qualidade,
preto, velho em tanta agrura
fez ardor, fez saudade...
do azul do mar aos céus
raios, estrelas, tempestades
durante a travessia
da infância mágica ou da casa que vivia
nunca vir essa aurora,
nem flores, nem laços, verdades
dos tontos anos e cruas horas
pá de cal, sepultura...
dádiva senhora.

Tábua
erhi Araújo

segunda-feira, junho 09, 2008

Retalhos

A promessa,

parte que sequer retiras de mim

a mão, o lugar, as melindres, o coração

alguma coisa em questão,

o encontro, um par

que dá contas de sua parte

me tira os pés

no jardim...

caem folhas... folhas secam

queres! mas queres assim

um beliscão que sobre a pele

a cicatriz de mão

escrita

me consome... sedes enfim!



Retalhos

erhi Araújo

quarta-feira, junho 04, 2008

Outono


Ente desajeitado

infinito, existente por si mesmo

teu corpo...

que enche bem amado

assim único de tudo que existe!

Outono

erhi Araújo