SINCERIDADE

Se te conto... onde vai a minha dor bem de perto ouvi, a água da fonte a verdade, o instante ser, tão delicado amor ao longe , só me diz! verás a cidade, um horizonte cobrindo a tarde na insensatez apaixonada e feliz... a estrada, sobre a ponte malvistas, tal crua vez e bem que te fiz o caminho, entre pedras arrogantes a lua, escondida sem estrelas brilhantes e o roto azul, chorar nos fez o coração beliscado deixou tão amargo assim... só o espinho é infante! se, eu varri nos ventos peço perdão por tal fragilidade... ouço teu sim... como fosse a lua, cessando tempestade! SINCERIDADE erhi Araujo

C R E O N

Fundido em pedra e carvão Quis ver os laços na mão Segui o risco na ponta do lápis querendo correr pro coração meio frio, seus lugares distante os olhares cercaram toda a paixão... Desafios, riachos em lagos, afins... Se aos olhos me vejo O verde frescor dos desejos a lua e um luar não mentem pra mim. De peito tombado na terra anoitece na serra vê-la rendada à janela de emoção não encerra quando digo me espera, enfim! a ferro, a fogo, ventre aberto quanta ferida curada atravessaram todo deserto palavras sujas, incendiadas traz a memória guardada no rouge carmim! CREON erhi Araujo

porta entreaberta

Se o amor não acaba estará sempre coberto, debaixo daquela colcha de retalho costurada com monte de bilhetinhos... escritos pra você... e milhares de beijos e beijinhos povoados entre os lábios tingidos no carmim, não foram poucos os versos, dstes moços contraídos de paixões hão de encher um poço vendo milhões de palavras guardadas na caixinha... lá um coração... seu par cotidiano, a sorrir seus humores e dissensões... abrem teus olhos, vê, por tantas emoções nunhum laço, se me quizeres desatar em sendo amor, a quem queres apagar? ENLACES erhi Araujo

FEMININO

uma mulher dá-se voz entre os melhores de todos nós, num compêndio, dia e mês nossos melhores talvez as mulheres, em sua tez... se, mulheres uma nos fez dos melhores e únicos que avistei... ao largo, na fonte, à lua ceia corre nos saltos, atravessa a ponte suspiras... o mais belo horizonte... FEMININO erhi Araujo

LUZ ÍNTIMA

A lua cheia, o sol, o desejo que se põe no espelho antes de chorar... entre os girassóis e os lábios vermelhos falam de dentro, por horas dão-te alma... cala, o meu coração até acordar. Como a esperança, sem mágoas que alivia e salva quando ouve a sua voz tal como as chuvas que por terra acalma e, dentro de mim espalma estendendo todas as paixões... os apertos, os olhares, os conselhos.. os versos, ouvidos em doses um nó, contra tantas ilusões. LUZ ÍNTIMA erhi Araujo

Varanda nua

Queixa-me do não, sem paixão qual hora, se não existe, enfim deixa-me sempre, vês a razão escuro-me num jazz, ou triste criva meu corpo, que tentação escorre e tange as horas, insiste e a insônia dos meus ódios, pela mão! não quis a ti, por provocar fostes por fim... o que me disse, não! VARANDA NUA erhi Araujo

MEDITAÇÃO

Um guia para todo instante! uma alegria, uma luz um xote radiante um luar de esperança e calor... dá-nos poesia, dá-nos a harmonia do viver em desafios... dá-nos E aos moços ao amanhecer, outros dias. MEDITAÇÃO erhi Araujo

RELÓGIO I

versos Aí... disse você outro poema... nos meus ais! Ouço enquanto, válido Ser, nenhum...apenas o que distrai! uma gema o verso, em seus cristais! RELÓGIO I erhi Araujo

VERSO INTRASITIVO

Dá vontade de sorrir, então, posso sonhar! há vontades... em tingir, de desbotar dá vontade de vestir, de raspar má vontade de sair, de me escutar! dá vantagem, o sorrir, então, posso contar! há vantagens... se brandir, se descorar dá vantagem se resistir, ao que restar dá vantagem se banir, de exclamar! na vitória, se a verdade acompanhar! VERSO INTRANSITIVO erhi Araujo

DEIXAS IV

Deixa amanhecer o dia... deixa passos no caminho de areia Deixa o ar... a luz e a alegria Deixa o olhar de sereia, deixa Soar a melodia... DEIXAS IV erhi Araujo

Sobre os ombros

uma flor... entre pétalas molhadas no sol, uma janela uma cor, inteligente, plástica, envolvente nada comum, esse amor... teima, salta, vira o pé, olha, o topo da montanha arranha, liberta assanha... se espoja, e não se acanha... não se obriga só, a luz abriga não apanha... ainda cuida de todo querer, se, o mau lhe quer! os anos não lhes fazem assim... velhos, amimados, pueris! cavados, e quando o amanhã chegar a única lembrança... dói a quem nos rouba todo ar! SOBRE OS OMBROS erhi Araujo

VINTÉNS

poesiaNão digas em que tempo ando, não! Siga-me no tom exclamo, então! Não fira as notas que no meu bolso... Estão! a lição que vale o dia sem trocar acoites, irmão, não retalhe à boca da noite em vão! Não me fale dos becos aonde esses moços, vão! não entalhe com os dedos a louca perdição... não espalhe seus medos aos leitos, a crua maldição não talhe o sangue azul e pálido, não! não encalhe como tal nobreza, da arrogância, da presunção... não se abale! como um, sem noção nada a mais para dizer... o mar vazio o bar... o frio na rua dá mostras entre os casarios um banco de arreia canoa sem o rio no céu, das luas cheias cantadeiras à beira d’agua em seus bordões... os desafios escolhes na horta, assentada, posta vestidos de muitas anáguas uma classe morta, nos desvarios na soleira, a esquina torta, tramela, janelas ou porta! sem meio fio... VINTÉNS erhi Araujo

NÓ DO SILÊNCIO

Não te alcança um corpo inteligente, chegado à normalidade não traz esperanças um corpo envolvente, o clamado, pelas necessidades e nas andanças um corpo delinquente aos cuidados da promiscuidade negas aventuranças, esse corpo resistente colocados na fraternidade solidários a isto contemplados por isto vestem-se de humanidades.... vi, nas alianças de um corpo insistente os trançados de amabilidades, imas de esperanças no corpo delinquente acordados e sem validades no cais, desesperanças de um corpo insurgente os voltados, contra as liberdades mas, a elegância de um corpo resistente encontrados na autoridade se, de vingança for meu corpo indulgente privado dessa maldade... todos os pendurados todos os soldados todos os aclamados, todos... todos os esquecidos todos os enfermados todos fingidos, todos... tolos condecorados todos num só jazigo todos os consolados todos os coroados todos... amigos! Todos os desesperados Bobos e escolados Todos... Mesmos os... contigo Tao poucos e desalmados Entorno do seu abrigo! Todos, os desdentados Todos os morridos Todos os assaltados Todos os empobrecidos E, todos os ricos, bancos dos desempregados Todos os bem vividos Todos os feridos, rotos, salgados Os banidos... Salvo, os fingidos de salto em salto! NÓ DO SILÊNCIO erhi Araujo

Poema da noite

Se o amor te conhecer ninguém...me prende se o amor me acontecer não carregas mágoas se, de amor adormecer não sonhas nada se, de amor entristecer alguém verterás lágrimas se de sede amor, perecer em tuas mãos, mágicas amor não há de esquecer quase em tudo... uma prece se puro o amor nos conceder asas e voos céleres buscai o ardor na poesia... a porta aberta no coração primeiro! POEMA DA NOITE erhi Araujo

INVERNOS

um sopro... assusta o anoitecer esfriando à parte como se o sol em desvarios quisesse adormecer e, do calor acende como lenha na fogueira para se arder... nada! mais por nada esfria enquanto a alegria, conter quem descuida da dor, em seis tempos... de amor conjura os ventos para melhor entender a estação dos apaixonados dos versos propositados, a oferecer seu calor e, mesmo no frio... caído no inverno à procura de um alento, o desafio... o pensamento dá a mão, a quem te ama! INVERNOS erhi Araujo

Moinho de dentro

Já inventei coisas lindas pra falar E te dizer como é duro, sem amor Já deixei o futuro até passar Por querer de presente teu calor Já rezei muitas rezas pra chamar E bendizer! Bendizer com todo ardor Já decifrei muitas prosas pra contar Dos caminhos, dos desertos dessa dor Já chorei muitas vezes pra acalmar Tudo que a poeira levantou Já te chamei no colo pra sonhar... Uma noite inteira de amor! Já convidei muitas moças pra dançar Já refresquei muitas flores no calor Já ensaiei muitas vozes pra cantar... Já concertei, mas a sanfona não parou!... MOINHO DE DENTRO erhi Araujo

DESNATURADO

Meio-dia, meia hora E de repente foi-se a hora De cuidar de toda flora Metade da água que evapora E todo ambiente, seco chora E sua porção igual, se foi embora Meias verdades sopram fogos E o céu ardente... Ao solo em partes, de toda fome se arvora Se meio à noite, um galho se quebrou Que minha doçura seja ela perdoada Não sejam feridas no chão das arvores arrancadas E nem vendidas a quem com o fogo pagou Peço-vos que a natureza seja respeitada! Seu meio e o fim... estão chegando agora Jaz a beleza, fora devorada... DESNATURADO erhi Araujo

Pérolas

Há vontade de sorrir! então, posso sonhar dá vontades... de tingir, de desbotar em flores te esculpir dá vontade de vestir, de raspar as dores e te encantar dá vontade de sair... em primavera, te sentir te escutar! entre paredes e seguir… aos teus pés, no corredor te esperar PÉROLAS erhi Araujo

CRUZ ANSATA

Exultou sua fé em Zâmbi do Ifé a toda desumanidade! Exultou sua fé em Zâmbi dos negros, povos da antiguidade! Exultou sua fé em Zâmbi num ato de sacrifício e africanidade! Exultou sua fé em Zâmbi na cruz invertida pela escravidão!.. Exultou sua fé em Zâmbi À luz mais negra, estaca-se Ouça jazz... futurou o Zumbi Que o fez sorrir Até em templos tristes Batendo no ponto, ouve-se Rum, rumpi, lé e bombo vú Do melhor, no Sorongo o Ilú Resistindo na fé, o berço e a cruz em quilombos na força, a religião as descrenças da boa sorte até depois da abolição! Exultou sua fé em Zâmbi... CRUZ ANSATA erhi Araujo

CONTRA LUZ

Silêncio...

Indolente, ousado

Ouço aguar...

te escolho, em desafio

te falo

Ante a soleira do bar...

Soco meus lábios

De resto não silencio

Nem quando calo

Sem tratos... nem frios

E por segundos no talho

Um fio...

Como o leito fosse mudo

Seco o rio...

Quantos aos abraços, eu...

Silencio!

 

CONTRA LUZ

                 erhi Araujo

 

https://anchor.fm/erhi-araujo8

poesia

FRUTOS DE AMOR

Não há nódoas, perjuras, ardor ...

nem sacrifícios,

muito menos o incessável temor

o amor, tem seus princípios:

não desamar, nem trazer dor!

 

enquanto cá dentro...

se instala, rompe as redes

em silêncio nos fala

vide coração animador

mas! sem ter respostas

sai... sem trancar a porta

para se vestir de novo

e poder andar...  andar!

 

se murchou, não importa!

vira insumo aduba a horta...

sabe da vida e seu fim,

desse amor sempre trará, amostras

iguais, em segredos do sim

desprezados ao relento, encostas

pousa assim, ainda que por medo

esculpidos nos ventos

que sopraram bem mais cedo

...lembro de lábios contados

quem, deu ouvidos ao tempo

que os teus beijos sonhados

fez o amanhecer...

onde brincos de amor, viram alentos!

 

FRUTOS DE AMOR

                          erhi Araujo

 

FALSOS BILHETES

versos que falam do amor! 

O amor de quem escreve, de quem lê,

de quem fala, de quem ouve... de quem vê!

Todo amor é assim...

chega e se instala e não perturba a quem crê.

 

Quando irrompe ou se aquieta

Está na sala a presença do querer

te escolhe nas falas mais discretas

um presente que se dá, quem sabe ter

enquanto aponta, o canto nos cala

o sol, o tempo só, escolheu e foi você...

a única foto sem cor e sem escala

a última face da estrofe que desvaira

sob a lua deserta se instala

de tão lúcida a noite ainda espalha

que o amor maior, se faz crescer!

 

FALSOS BILHETES

                       erhi Araujo

SIGNO

Somente o amor tem o dom do silêncio

não se importa com o tempo

nem se cansa de esperar!

 

onde há! não te deixo escondido

se alguém pousas o fim, sem procurar

nem por desespero, ficas ferido.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

 

Pois... o coração de amor descrente

vivida paixão, se entrega e esbanja

empresta-se a toda felicidade

 

pode até não ser um sentimental

mas, seu coração tudo arranja...

como prece silenciosa

se, não for de carnaval!

 

SIGNO

    erhi Araujo

 

DESSE AMOR

Sal e flores

salvam a terra em que pisas

alamedas em jardins, abrem filas,

comuna, soberana em seus odores

iluminam à espera... d'outras folhas espelhas

o deserto, as ostras...

entre becos e vielas

um sorriso de moça

sem portas ou janelas

crua aquarela - o mangue, seco sem algas...

sem ninguém que se importa, em virar a tramela.

sal e flores...

que envolta te vi

adoçando as lágrimas,

era noite e trágica, sonhou

eu!!!

me vou que é tarde,

descansa esse amor

pois que tido como parte...

ainda não acordou!

 

DESSE AMOR

                  erhi Araujo

V E N T O S

Entre o luar e o chão

Todo intento

Por suma razão...

O ardido encostado no peito

abre pra janela o coração...

um perfume, assume sem defeitos

dobra na língua sua paixão

se, o risco fosse em aquarela

o azul, descobriria um lugar

soa à tez essa canção

na noite sombria de agosto

ousarias aproximar entre os dedos

tua boca... entre beijos, teu dorso

ouviria soluçar o coração.

Um gemido varre o rosto

aos sem-par, sem ilusão...

 

 

VENTOS

       erhi Araujo

SEMENTEIRA

No melhor dia dirias,

acordas! segues o teu caminho a pé,

travessias a ponte segues...

daquele lado, adiante

atentarás o coração!

Mas a saudade do ontem,

te dividir o caminho

segues, mas a vida distante

por seres flor e sem espinhos...

ao tempo, curva-te

em brevidade o possível

o espaço, nos diz senhor,

dois passos, o presente encaminho...

os queridos ditam verdades:

padecimento vide sorte

um portão a seco

rumas ao norte

sem arames nem farpado,

nem dores por desassossegos

ninguém melhor diria

trocas a noite pelo dia

do sertão todo encarnado,

que a vida e o amargo têm serventia  

não cumprem, não se rende a vontades

queixas da lida por facilidades

te digo, quem costura a vida

enterra a semente da lida

na espera distinta, da longevidade

em ver plantar e colher!

 

SEMENTEIRA

                 erhi Araujo

ENTRANÇAS

Trancei duas linhas...

a do meu horizonte

com a sua, do equador.

Tracei as duas linhas

as duas no mesmo horizonte

nenhuma, nos separou.

Valsei em suas linhas

os desejos mais constantes

evidências únicas, ensinou.

Lacei as nossas linhas

Não há nó que te encontre

só, os laços de amor!

 

ENTRANÇAS

              erhi Araujo

ENGENHO

Sinto dizer

Sinto saber

Sinto, posso não crer...

 

Te encontro mais

Com os tempos de si

Como os tempos de antes

Como tempo, nos virão chamar

 

Posso sentir!

Posso entender

Posso, sinto não dizer...

 

As mais lúcidas falas

Sequer ter, lindos moveis nas salas

mas uma casa vazia...

Até mesmo o sol, ressentiria.

 

Aos poucos, as vontades, o entardecer

A saudade, espera a noite chegar!

 

Logo, as estrelas voltam

Atoalham o céu, põe-se a iluminar.

 

Estamos sempre precisados de lembranças

Estas, mesmo como visitas!

 

Há quem nos abrace e nos permita

atravessar a porta e, seguir

em dura razão das memórias, há vida!

 

ENGENHO

                        erhi Araujo