terça-feira, outubro 27, 2020

TRILHA ÍMPAR

O lugar

Em vida e suor

Um olho d’água

O vento, o cesto e paiol

No alto do morro, à vista

Vês a pino, o sol

Te quarando na cerca

A bacia e os lençóis.

No olhar...

na tez, bravura

se espalha com o vento

essa doce candura

destes teus versos,  ao longe... os tempos

foste pura natureza,  poesia

uma malha de luz, um luar!

Senão outro, sê lugar!

De séo douto, de anéis e pecados

Pendurados em cordéis

Balançando sem parar

E aos teus pés...

Os caminhos, o tombo, os pinceis

O cesto amarrado, o cipó

Quem nascido ou viajado sem nó

- sob os céus...

Carrega nos lábios um doce dizer!

A terra dura quando há pra cuidar e defender

Pois, sê criatura mais querente postura

A criação antes desse fim, vai resolver!                                                                       
Ao se pôr, o sol
resplandece dourando a pele
espraiando as sombras
por você
ao se pôr, segue o sol pra seu leito
e deixa erguer-se
a toalha de prata sobre o céu azulado
por amor
ao se pôr... o mesmo sol
por viver
estende a mão, levanta a lua


TRILHA ÍMPAR

                     erhi Araújo

terça-feira, outubro 20, 2020

CARVALHOS

São - te procurados

Os teus amores

se bem quiseres encontrados.

Dão-te bem... ruas, madrugadas

Ou areia... onde descreves em poemas...

São-te vigiados

Os teus recados

E bem que não apaga o assentado

Eu ninguém, me atrevo calado.

São-te perdoados

Os teus recatos

Um vintém,  fingiu nos relatos

Fácil de ferir ser dá palavras!

São-te perfumados

Os teus, indomados

E quem resistiu aos pecados.

 

CARVALHOS

                  erhi Araujo

terça-feira, outubro 13, 2020

LENTE II

Ao despir-se em naufrágio

Ao ouvir-se entre as ondas... teu silêncio, tal como areia

Corre a boca, no mar adentra

O vento te sopra apagando a candeia

...

Ao tingir desumana, a conduta

quem espera caminhos e, espinhos audazes

apavorados, pôs-se  ao incêndio

num barco de flores, sem pudores ou saudades.

...

Quer por sempre tão caras

Minhas figas em validades, disse-me assim!

Duram dias e horas, essas folhas amargas.

Lavram primavera e noites sem fim.

 

Quer botar mãos ao leme, de punho operário

Ao sentir tuas dores, que sem rumo vadeia

Colhe esse ramo de flor que do peito rebenta

Oferta o seu perfume se a dor te rodeia!

 

LENTE II

erhi Araújo