terça-feira, junho 30, 2020
DESTERRO
A calçada nos ardia
de um sol que flamejante varria
das correntes aos portões de ferro
a sorte nos bastava, da agonia...
Bajulavam, pobres mulatos
os negro do desterro, os descalços
esfomeados, os bravos ferreiros
os falsos, o mito... os novatos
os pardos guerreiros
- Cortem os batuque da ralé! Avisados.
Corriam da boca do fogo
carregados nos couros, seus fáticos zelos
riscados nos braços o traço de povo
calados à noite que jazia,
aos fingidos, um apelo!
Dos escuros aos filhos de Maria
E, dentre eles o cego
Quem por tolo nos desconheceria
O verso, a verba, o verbo
A calçada de pedras da burguesia
O futuro incerto, a busca da vida
O olhar das plantas sobre a abonança
De outro paço, de outas ruas
Descem do bonde, bainhas italianas.
da nova calçada!
Atiram pedras na freguesia.
DESTERRO
erhi Araujo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário