sexta-feira, janeiro 24, 2020
Pousos
Nada que me possa fazer doce
Sai da minha boca com o amargo do fel
Nada que em meus trajos, azul que fosse
Carrega sujeiras deste céu...
Nadas, quando te faltar verdades
Entres braçadas perdidas, te mergulhar num céu
Nadas, ainda que te vença a maldade
Enxugas aos pouco a umidade com teu véu..
Nada, o que por são dizer, fosse
Como um responso de crueldades
Nada do que me farto, me contorce
Nem a rua, nem a rinha, nem letreiros da cidade
Nadas, contra as gotas de hospitalidade
Cobre-se da arrelia, de regra o infiel
Nadas, se o desconto da fria caridade
Perde-se o quanto te trago, me faz réu!
POUSOS
erhi Araujo
terça-feira, setembro 04, 2018
Vontade dos seus
José!
da última hora
santo, me deixa tragar o pranto
quantas vezes, lembrar
um dia… outros tantos, muitos
dez ou nove...
José?
em quantas gotas contas, das lágrimas
pétalas, imãs, calçadas
tiras pedras... um pé.
contas!
bancos, anjos, castigos e véus…
amordaça, esmola cativa, o aluguel
a estação, velha razão das flores
investidos horrores
nas árvores, os malditos
esfumados, precipício
na alma de tolos um sortilégio
José…
sanha e histórias, castigas a glória
não raridades, mágoas, intrigas
o célere ardor, o requinte, privilégio!
uma toalha de luz, lençóis azuis
cortinas de seda, vinho... a mesa uma vela
diz-se chama, acessa, pisa em pétalas de rosas
nas tertúlias das últimas noites
enquanto há sol do lado de fora…
José!
a vaidade não é tua
nem mesmo quando tropeça, na rua
no passos que atravessa a soleira
da velha casta, uma dor dá-se fronteira
não mais dia de festa
do pouco que lhe resta
o meio da semana e segunda-feira,
José.
erhi Araujo
terça-feira, agosto 07, 2018
O P H E L I A
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