quarta-feira, novembro 20, 2013
Braile de máscaras
sábado, novembro 09, 2013
Homens, como máscaras, como homens
Desatrelar, desajustar...
Desafrontar, desartilhar, desafrontar!
Desartear.
Desafiar, desagrafar, desaforar, desaforar, desafiar, desagradar.
Desafinar, descontrolar, desaforar, desagarrar, desgastar, desgalhar...
Desaguar.
Desainar, desaguaxar, desajeitar.
Desairar, desajoujar... Desajuntar,
Desalagar, desalastrar, desaleitar, desalentar,
Desalgemar, desalhear, desalijar, desalinhar...
Desartear.
Desalistar, desaliar, desalterar,
Desamolgar, desamanhar, desamassar. Desamarrar!
Desamigar, desamparar, desancorar,
Desatarraxar, desanelar, desaninhar.
Desativar, desenterrar, desaverbar, desanimar,
Desbaratar, desapegar, desapossar, desapear...
Desamuar!
Desavistar, desapertar, desaprumar... Desfigurar,
Desaranhar, desarrimar!
Desarrolhar, desarrufar, desapoiar, desbagulhar.
Desautorar, desalugar, desarvorar, desarquear,
Desinfetar, despossuir, despoluir ou desafetar...
Desafligir sem desamar e prosseguir... Desartear!
Desconsentir, desmiolar ou desbotar...
Desassisar, desemboscar, desarreigar.
Desaplaudir!
Homens, como máscaras, como homens
erhi Araújo
quarta-feira, outubro 30, 2013
Pedra que descanso
O caminho nos silencia
O olhar profundo, transparente
Pleno à lua, sol infringente
Chega dá sede, socorro! Um passo a frente
Bebo dessa água fria
Um gole, gente amolecia...
Amassando feito barro
Nhá voz de argila, temporão
Beira de rua, rio e ribeirão
Terra seca, o torrão, mão de pilão
O pigarro, no chão o desvario
Num fio de rede, a avidez, o cio
O melhor dos mundos
Na tábua, tabuada o coração, furo...
Desiguais certezas surro
Debruçadas no murro
Em troças, em cerca, indolente
O falso aponte veio contente
O trem se aproxima, eu sumo
Feito água corrente
Aninhava ferros e dormentes
Um a um do lado, os dentes!
Pedra que descanso
erhi Araújo
domingo, outubro 20, 2013
VERDADE
Tudo quanto não veres
tudo! Quanto não
sentires tudo quanto não ouvires,
quanto não dizeres
tudo quanto não pegares,
tudo, quanto não ousares
quanto não pensares
quanto não pesares...
Tudo quanto não, fizeres tudo
quanto não calares
quanto não negares, quanto evitares
quanto não quereres,
tudo quanto não limitares!
Quanto não prepares tudo
tudo, quanto duvidares
quanto não saltares
quanto explorares tudo,
tudo, quanto não ensinares
quanto não assinares
quanto não criares tudo
quanto não recordares
quanto não enfrentares, tudo
quanto não praticares
tudo quanto não moldares
tudo quanto não guardares tudo,
quanto expressares,
quanto conheceres tudo
quanto procederes...
Tudo quanto possuíres
quanto não temeres
quanto não medires
quanto entregares
quanto não fingires quanto distinguires
quanto acordares
tudo quanto concordares tudo,
quanto não calçares
quanto não juntares, quanto interrogares
quanto não ligares
quanto inquietares tudo
quanto não sulcares
quanto não vingares, quanto hipotecares
tudo quanto não constituíres
não purificares tudo
quanto não perderes
quanto não temeres
quanto não guiares
tudo quanto não poderes
tudo, quanto não tremeres
quanto não tratares, tudo
quanto não chorares
quanto não tomares
quanto não tornares tudo
quanto espelhares, quanto for sentença.
Verdade
erhi Araújo
domingo, setembro 22, 2013
Somos todos um
Somos todos um...
Número científico
a soma vazia
de rum sem teor analítico
que tolos fermentaria,
o curso curto, o amor estatístico
a ruma de Cesário
todos! Profetas ou estendidos
um vagalume, uma lâmina, um eucarístico...
Um operário.
Somos todos, um...
Bom motivo qual liberdade
um campo de batalha
da boa vontade à gente perversa
longe do temor servil.
Um a um perde o jorro, a igualdade
pleno clamores... aos pés, à rua
reges planos e rude conversa,
da desobediência civil
o guerreiro triunfa, o vencido soalha
antes do sol, se espalha a lua
ainda que tardia
a necessidade é alguém!
É fraternidade.
Somos todos... um planeta
um murmúrio, um martírio
uma pena... Sem caneta
Somos todos um... Significado do mundo.
Podes ser água
podes ser comida... Até ser abrigo
da individualidade
da singularidade ou do perigo!
Somos todos um...dia branco de linho
de pernas cruzadas
qual sorriso, ao largo
solto os pés na calçada
até a próxima parada
mas sem linha,
não vens!
Somos todos um.
erhi Araújo
ATONAIS
Como é viver por música...
num acorde cedo
ou num si trocado!
Como viver por dó
ou sei lá!
Como viver militando
em poucas pratas
no meio da rua, no sol...
Repartindo alparcatas
uma pagina de ré,
mi... dedilhado pela praça
passo a passos, fá
anoitar-se ao sol
penhorar-se por lá
e, talvez acender um a vela
sem torna-la em si!
erhi Araújo
quarta-feira, junho 05, 2013
linha turva
das escritas,
aprendi
nas malditas, algo assim,
ouvi!
as cruzadas, desterrada em tudo
e, desabitada em si...
tais benditas, mágoas enfim,
a que, incorporada se refere
esqueci...
linha turva
erhi Araújo
terça-feira, abril 02, 2013
P A S S A G E N S
Que passem todos
um passo a outro, passem
um dia a outro, passem
à hora louca, passem
se a fé não for pouca
passem... a mesma roupa de ontem
passem!
o que a vida lhes oferece, passem...
passem o melhor!
se furar a fila!
não paguem a passagem...
se for pecar
que seja um só!
Passagens
erhi Araújo
sábado, março 16, 2013
Andarilhos
Caminhas
conta teus passos
passa a passos, os desafios
descontas um passo!
A vida sem rumo
o leme sem prumo
a planície, a palma da mão, a fronteira
rompe teus fios...
O olho, uma tecla, os quilômetros
Vastidão!
Mistério e paixão, tão próximos
abre-te em páginas, a escrita
move teu horizonte entre poeiras e sonhos
a folha e os pés à vista
a fuga, o lápis, o anel
os doces bárbaros
a estrada sem sinais...
estes tons de liberdade
dera à luz as trilhas!
Andarilhos
erhi Araújo
sexta-feira, março 08, 2013
Todas as mulheres, todas próprias
Silencio...
Maria Bonita, qual jarrinha de aromas,
Só, a bem da verdade dá luz
Frida Kahlo, entre ferros, cores
Chiquinha, entre fluidos e ardores
a Santa, a toalha de luz
Maria! a bondade, o incenso, era a vez...
Madalena, Elis, Isabel...
do ventre... do rosário... das lágrimas
e dos horrores, mulher
prima, entre as flores
e mesmo assim,
arrua, como cidade...
ao mesmo tempo, quem sabe!
ao vento, à naus, à verdade
dá-me o peito, me socorre...
Silencio!
Todas as mulheres, todas próprias
erhi Araújo
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