terça-feira, agosto 25, 2020
HUMANIDADES
Já fui pecado
Já, operador
Já fui sonhado
fui sonhador
Já fui escravo
Já, estivador
Já fui soldado
E soldador
Já fui penhorado
Já fui senhor
Já fui agora
fui... quarador
Já fui dado
Já, doador
Já fui aluno
Já fui contato
Fui contador
Já fui professor
Jazz me fez honrado
Já, acolhedor...
os mesmos, quem não sabe
Diz fazer milagres
- só que não!
E hoje quem sou, então?
Uma poeira noutro verso
O grão de areia sem deserto
Um ser sereno na imensidão...
Escolho e lustro o bem amado
Onde plantei toda amizade
Para acolher o teu sertão!
Já fiz a luz
E a ilusão
Já fui amado
E uma dor
Hoje, deste passado
Triste amolador...
Já fui esperado
Já, desesperador
Já fui a terra
Dei-me a serra
Na indigência, púrpura dor
Já fui a teima, até problema
Pisei na chama
aquela que te inflama
comum a negros acorrentados
Já fui índio, o que jamais te queimou!
HUMANIDADES
erhi Araujo
terça-feira, agosto 18, 2020
GAIOLADA
Áreas verdes
Fluxos gênicos florestais
Híbridos solos ardidos
de exortações minerais
Diálogos vencidos
Entre bárbaros e seus iguais.
O Uirapuru... sem voz
A cegueira dos Gaviões,
as Corujas...
nos seus crepúsculos infernais
os silvos da mata, os deferimentos
a vigília, as chamas
a saúde dos vegetais, inflama
serenidade do ar, das águas
à margem, os animais
o Sabiá perto do ninho
Ararinha-azul, Periquito-rico, Canário-da-terra Papagaio-verdadeiro
Curió, Cardeal, Coleiro
tonta lucidez...
dádivas em cativeiros
ecoam
sua vã inspiração
de onde vês a revoada?
Nada restará, nem mesmo os Falcões.
doces pássaros!
Dás sonoras algazarra
Ouve-se as Maritacas,
E, grilos que nos alerta
Presos em paus-de-arara.
Vagalumes em suas visões noturnas
Um Canário, uns Tucanos... Carcarás
Dos olhos ardentes nas trevas e nas agruras
Nada mais é festa
Bem-te-vi, Azulão
e Cigarras quase ao anoitecer
ninguém sabe o que nos floresta
Sabiá Laranjeira, Tico-tico, Sanhaço, Corrupião
pássaros e traços nos aldeia,
nos empresta,
destes grandes jardins tropicais
GAIOLADA
erhi Araujo
terça-feira, agosto 11, 2020
INTRIGANTES
Avaros
pobres homens
se destilam toda ira
mascam e cospem em rastros imundos.
Ávidos,
podres homens...
se distanciam do céu, da sina, da cruz
escorregam e dormem sem pesar o mundo
Álvaros,
nobres homens
desafiam os tolos a olho nu
ordenados sobre seus atos e assuntos
Bárbaros!
exploram homens
desalinham os cordéis, a vida e a luz
habitam, acobertam os buracos, os fundos
Bávaros...
Cantadores, homens desbravadores
festeja-se em todo irmão
da luta se desperta... verniz doutro mundo.
INTRIGANTES
erhi Araujo
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