A flor das neves
À úmida mão cheirosa
Risca todos os sapatos,
O azul pálido, furado
As sandálias de tiras de couro, jeitosas
De plásticos desenhados
Partes da infância sobre saltos...
E fins mágicos de semanas
Friozinhos... calores...
Escalou corredores,
Entre os pés e as mãos
Correu comércio, lavrou quintais...
Ah! Essa flor quem nos atreve
Filha, desejada das neves!
Em cada menina que passava
Na prateada se endireita
Andando pela contramão
Arrastou em solas vermelhas
Beliscando o coração
Por fascínio ou ambição
Tarda o perfume que te assemelha
da mulher a que se dera,
reclusa ao fruto e por fim... a paixão!
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erhi Araújo