quinta-feira, agosto 05, 2021
Sobre os ombros
uma flor...
entre pétalas molhadas
no sol, uma janela
uma cor,
inteligente, plástica, envolvente
nada comum, esse amor...
teima, salta, vira o pé,
olha, o topo da montanha
arranha, liberta
assanha...
se espoja, e não se acanha...
não se obriga
só, a luz abriga
não apanha...
ainda cuida de todo querer,
se, o mau lhe quer!
os anos não lhes fazem assim...
velhos, amimados, pueris!
cavados, e quando o amanhã chegar
a única lembrança...
dói a quem nos rouba todo ar!
SOBRE OS OMBROS
erhi Araujo
quinta-feira, julho 29, 2021
VINTÉNS
poesiaNão digas em que tempo ando,
não!
Siga-me no tom exclamo,
então!
Não fira as notas que no meu bolso...
Estão!
a lição que vale o dia sem trocar acoites,
irmão,
não retalhe à boca da noite em vão!
Não me fale
dos becos aonde esses moços, vão!
não entalhe com os dedos a louca perdição...
não espalhe seus medos aos leitos,
a crua maldição
não talhe o sangue azul e pálido,
não!
não encalhe como tal nobreza,
da arrogância, da presunção...
não se abale!
como um, sem noção
nada a mais para dizer...
o mar vazio
o bar... o frio
na rua dá mostras
entre os casarios
um banco de arreia
canoa sem o rio
no céu, das luas cheias
cantadeiras à beira d’agua
em seus bordões... os desafios
escolhes na horta, assentada, posta
vestidos de muitas anáguas
uma classe morta, nos desvarios
na soleira, a esquina torta,
tramela, janelas ou porta!
sem meio fio...
VINTÉNS
erhi Araujo
quinta-feira, julho 15, 2021
NÓ DO SILÊNCIO
Não te alcança um corpo inteligente,
chegado à normalidade
não traz esperanças um corpo envolvente,
o clamado, pelas necessidades
e nas andanças um corpo delinquente
aos cuidados da promiscuidade
negas aventuranças, esse corpo resistente
colocados na fraternidade
solidários a isto
contemplados por isto
vestem-se de humanidades....
vi, nas alianças de um corpo insistente
os trançados de amabilidades,
imas de esperanças no corpo delinquente
acordados e sem validades
no cais, desesperanças de um corpo insurgente
os voltados, contra as liberdades
mas, a elegância de um corpo resistente
encontrados na autoridade
se, de vingança for meu corpo indulgente
privado dessa maldade...
todos os pendurados
todos os soldados
todos os aclamados, todos...
todos os esquecidos
todos os enfermados
todos fingidos, todos...
tolos condecorados
todos num só jazigo
todos os consolados
todos os coroados
todos... amigos!
Todos os desesperados
Bobos e escolados
Todos...
Mesmos os... contigo
Tao poucos e desalmados
Entorno do seu abrigo!
Todos, os desdentados
Todos os morridos
Todos os assaltados
Todos os empobrecidos
E, todos os ricos, bancos dos desempregados
Todos os bem vividos
Todos os feridos, rotos, salgados
Os banidos...
Salvo, os fingidos de salto em salto!
NÓ DO SILÊNCIO
erhi Araujo
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