terça-feira, outubro 13, 2020

LENTE II

Ao despir-se em naufrágio

Ao ouvir-se entre as ondas... teu silêncio, tal como areia

Corre a boca, no mar adentra

O vento te sopra apagando a candeia

...

Ao tingir desumana, a conduta

quem espera caminhos e, espinhos audazes

apavorados, pôs-se  ao incêndio

num barco de flores, sem pudores ou saudades.

...

Quer por sempre tão caras

Minhas figas em validades, disse-me assim!

Duram dias e horas, essas folhas amargas.

Lavram primavera e noites sem fim.

 

Quer botar mãos ao leme, de punho operário

Ao sentir tuas dores, que sem rumo vadeia

Colhe esse ramo de flor que do peito rebenta

Oferta o seu perfume se a dor te rodeia!

 

LENTE II

erhi Araújo

 

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