quarta-feira, outubro 30, 2013

Pedra que descanso

O caminho nos silencia O olhar profundo, transparente Pleno à lua, sol infringente Chega dá sede, socorro! Um passo a frente Bebo dessa água fria Um gole, gente amolecia... Amassando feito barro Nhá voz de argila, temporão Beira de rua, rio e ribeirão Terra seca, o torrão, mão de pilão O pigarro, no chão o desvario Num fio de rede, a avidez, o cio O melhor dos mundos Na tábua, tabuada o coração, furo... Desiguais certezas surro Debruçadas no murro Em troças, em cerca, indolente O falso aponte veio contente O trem se aproxima, eu sumo Feito água corrente Aninhava ferros e dormentes Um a um do lado, os dentes! Pedra que descanso erhi Araújo

domingo, outubro 20, 2013

VERDADE

Tudo quanto não veres tudo! Quanto não sentires tudo quanto não ouvires, quanto não dizeres tudo quanto não pegares, tudo, quanto não ousares quanto não pensares quanto não pesares... Tudo quanto não, fizeres tudo quanto não calares quanto não negares, quanto evitares quanto não quereres, tudo quanto não limitares! Quanto não prepares tudo tudo, quanto duvidares quanto não saltares quanto explorares tudo, tudo, quanto não ensinares quanto não assinares quanto não criares tudo quanto não recordares quanto não enfrentares, tudo quanto não praticares tudo quanto não moldares tudo quanto não guardares tudo, quanto expressares, quanto conheceres tudo quanto procederes... Tudo quanto possuíres quanto não temeres quanto não medires quanto entregares quanto não fingires quanto distinguires quanto acordares tudo quanto concordares tudo, quanto não calçares quanto não juntares, quanto interrogares quanto não ligares quanto inquietares tudo quanto não sulcares quanto não vingares, quanto hipotecares tudo quanto não constituíres não purificares tudo quanto não perderes quanto não temeres quanto não guiares tudo quanto não poderes tudo, quanto não tremeres quanto não tratares, tudo quanto não chorares quanto não tomares quanto não tornares tudo quanto espelhares, quanto for sentença. Verdade erhi Araújo