segunda-feira, fevereiro 16, 2009

P o m a

Cada suor te lavra a hora

reparte e voa numa sonda

divina... célere

da carne extrai sombras

sal, bens de ouro, celebres


Cada paiol te trava a porta

da fome malvista, fadista magoa

avia, quem escreve

a cada suor uma estrada, imola

inscreves dos sonetos

depõe... úmida vida

para quem falso era o nó!


Cada suor te mascara, chora

um lance de escada, carta única, deitada

nua dança... escalada cheia e noivas

azuis desfiguradas

cascas, de resto alguém

verás no corrimão o guarda-pó

- o cais...

A luz e os escombros



P o m a
erhi Araújo
Prêmio Dival Pitombo de Poesias / Funlac / 1995

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