quarta-feira, junho 16, 2010

Sobre as medidas

O operário
a contramão, o ordinário
a combustão
o naufrágio dentro do ginásio
a celebração!
a crença na diferença
o cubo de gelo, o novelo
o barro vermelho,
o mau-olhado
a devoção!
o estampido, o telhado
o ruído nas pedras
em timbres elétricos
a guarnição...
o enérgico
o estético peso de ouro
a regra sem pretexto
a montanha, o couro e o contexto
à sua imaginação!
aliança, verdades e fiança
tolos segredos à janela
sopras na rua com cautela
a sua embarcação!
o entender, o beber, o fazer
a panela, a tigela, o prazer
o acordo, a colher de comer o verbo
o certo ou o errado
sem direção!
nada, nada, nada...
nada pesa sobre as águas!


Sobre as medidas
erhi Araújo

terça-feira, junho 15, 2010

Tais costados

Punições
dentes e armas leves, calçado
o vento e a cruviana...
Deus seja louvado!

Multidões
em suma breve, trocados
nhá Salustiana,
deito dorso dourado!

Sertões
em vida agreste, o costado
sintética umburana
mais puro laço, debruçado!

Munições
entre tábuas que reges o emanado
entre as rinhas suburbanas
muros e dardos, afivelados!

Aparições
finas réguas de leques, encouraçados
à luz meridiana
ferros e pregos enferrujados!

Maldições
Em que pese esse ditado
velas, combalidas puritanas
só buchichos e apertos, sussurrados!


Tais costados
erhi Araújo

Zeladores da terra

A natureza das series humanas
e a pureza dos seres animais...

dos carros, dos aviões, dos amores
das raízes, das plantas, dos computadores
das cercas ao redor do umbigo
das águas que desperdiçamos, nem digo!
A nobreza das series humanas
e a destreza dos seres animais...

dos rios, das serras, dos mares
das chuvas que afogam os lares
dos morros aos quais derrapamos
das terras que ainda não aramos!
A frieza das series humanas
e a alteza dos seres animais...

do lixo que dispomos ao lado
do ar que nem cheira refrigerado
dos pássaros que rompem a neblina
entre uma cálida caldeira e a fumaça da usina!
A presteza das series humanas
e a crueza dos seres animais...

no barro que se conspira
no aço ao calor da ira
das faunas planetárias
ou das fontes orçamentárias!
A tristeza das series humanas
e a pobreza dos seres animais...

nas juntas de bois os falsos sertões
nas sujas panelas, poucos feijões
do eldorado a boa mão, irrigada
nos mercados, bolsões de quase nada!
A certeza das series humanas
e a riqueza dos seres animais...

Áreas verdes e a flora em temporada
mói a cana e sai à beira da estrada
muita gente depõe sem dizer nada
se a palavra, a pedra, o latim e o trem na disparada!
A clareza das series humanas
e a firmeza dos seres animais...

A natureza das series humanas
e a pureza dos seres animais...


Zeladores da terra
erhi Araújo