Pudestes se num momento
quem soubesses, o tormento
o vagar, o correr desse olhar
se coubesse radiante,
dos ensaios que doravante
iluminados, adormecidos
enfraquecidos, pequeninos por instantes...
sem calor, sem espaço
a madrugada de pavor
um passo...
desencontros, quanto sou?
me permites,
colher na aurora
orvalho, sonhos e elos
tão juntinhos, paralelos
uma via, um desejo e a vista
vão-se embora...
toda à luz
generosa, prateada quase ouro!
não me vês...
amarelo.
erhi Araújo
segunda-feira, março 03, 2008
sexta-feira, fevereiro 08, 2008
Balaios
É dia
teus olhares, o ouro
nos colares, meu couro
lendas dos moços que sopram os coqueirais.
Em arrobas, outras moedas
sinceridades quietas,
tantas cinzas na gema-festa
flora tal se fevereiro...
teu anel, sois fiscal de terreiros.
É dia...
dos riso incautos, dos deleites
dos leitos cruzados
das feira, das fontes
das bolsas, dos rios sob as pontes
dos mil-réis insanos
dos pés dependentes, dos decanos
quem coroa a razão alimentícia
cooperativa, sexual ou mística
da lúdica, vaidade pública, milícia
das roda-saias, na renda bruta mensal...
delícia!
Balaios
erhi Araújo - REVÔO, coletânia de Versos & textos, Art-Contemp- Salvador . Bahia 1994
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