INVERNOS

um sopro... assusta o anoitecer esfriando à parte como se o sol em desvarios quisesse adormecer e, do calor acende como lenha na fogueira para se arder... nada! mais por nada esfria enquanto a alegria, conter quem descuida da dor, em seis tempos... de amor conjura os ventos para melhor entender a estação dos apaixonados dos versos propositados, a oferecer seu calor e, mesmo no frio... caído no inverno à procura de um alento, o desafio... o pensamento dá a mão, a quem te ama! INVERNOS erhi Araujo

Moinho de dentro

Já inventei coisas lindas pra falar E te dizer como é duro, sem amor Já deixei o futuro até passar Por querer de presente teu calor Já rezei muitas rezas pra chamar E bendizer! Bendizer com todo ardor Já decifrei muitas prosas pra contar Dos caminhos, dos desertos dessa dor Já chorei muitas vezes pra acalmar Tudo que a poeira levantou Já te chamei no colo pra sonhar... Uma noite inteira de amor! Já convidei muitas moças pra dançar Já refresquei muitas flores no calor Já ensaiei muitas vozes pra cantar... Já concertei, mas a sanfona não parou!... MOINHO DE DENTRO erhi Araujo

DESNATURADO

Meio-dia, meia hora E de repente foi-se a hora De cuidar de toda flora Metade da água que evapora E todo ambiente, seco chora E sua porção igual, se foi embora Meias verdades sopram fogos E o céu ardente... Ao solo em partes, de toda fome se arvora Se meio à noite, um galho se quebrou Que minha doçura seja ela perdoada Não sejam feridas no chão das arvores arrancadas E nem vendidas a quem com o fogo pagou Peço-vos que a natureza seja respeitada! Seu meio e o fim... estão chegando agora Jaz a beleza, fora devorada... DESNATURADO erhi Araujo