DESNATURADO

Meio-dia, meia hora E de repente foi-se a hora De cuidar de toda flora Metade da água que evapora E todo ambiente, seco chora E sua porção igual, se foi embora Meias verdades sopram fogos E o céu ardente... Ao solo em partes, de toda fome se arvora Se meio à noite, um galho se quebrou Que minha doçura seja ela perdoada Não sejam feridas no chão das arvores arrancadas E nem vendidas a quem com o fogo pagou Peço-vos que a natureza seja respeitada! Seu meio e o fim... estão chegando agora Jaz a beleza, fora devorada... DESNATURADO erhi Araujo

Pérolas

Há vontade de sorrir! então, posso sonhar dá vontades... de tingir, de desbotar em flores te esculpir dá vontade de vestir, de raspar as dores e te encantar dá vontade de sair... em primavera, te sentir te escutar! entre paredes e seguir… aos teus pés, no corredor te esperar PÉROLAS erhi Araujo

CRUZ ANSATA

Exultou sua fé em Zâmbi do Ifé a toda desumanidade! Exultou sua fé em Zâmbi dos negros, povos da antiguidade! Exultou sua fé em Zâmbi num ato de sacrifício e africanidade! Exultou sua fé em Zâmbi na cruz invertida pela escravidão!.. Exultou sua fé em Zâmbi À luz mais negra, estaca-se Ouça jazz... futurou o Zumbi Que o fez sorrir Até em templos tristes Batendo no ponto, ouve-se Rum, rumpi, lé e bombo vú Do melhor, no Sorongo o Ilú Resistindo na fé, o berço e a cruz em quilombos na força, a religião as descrenças da boa sorte até depois da abolição! Exultou sua fé em Zâmbi... CRUZ ANSATA erhi Araujo