DESSE AMOR

Sal e flores

salvam a terra em que pisas

alamedas em jardins, abrem filas,

comuna, soberana em seus odores

iluminam à espera... d'outras folhas espelhas

o deserto, as ostras...

entre becos e vielas

um sorriso de moça

sem portas ou janelas

crua aquarela - o mangue, seco sem algas...

sem ninguém que se importa, em virar a tramela.

sal e flores...

que envolta te vi

adoçando as lágrimas,

era noite e trágica, sonhou

eu!!!

me vou que é tarde,

descansa esse amor

pois que tido como parte...

ainda não acordou!

 

DESSE AMOR

                  erhi Araujo

V E N T O S

Entre o luar e o chão

Todo intento

Por suma razão...

O ardido encostado no peito

abre pra janela o coração...

um perfume, assume sem defeitos

dobra na língua sua paixão

se, o risco fosse em aquarela

o azul, descobriria um lugar

soa à tez essa canção

na noite sombria de agosto

ousarias aproximar entre os dedos

tua boca... entre beijos, teu dorso

ouviria soluçar o coração.

Um gemido varre o rosto

aos sem-par, sem ilusão...

 

 

VENTOS

       erhi Araujo

SEMENTEIRA

No melhor dia dirias,

acordas! segues o teu caminho a pé,

travessias a ponte segues...

daquele lado, adiante

atentarás o coração!

Mas a saudade do ontem,

te dividir o caminho

segues, mas a vida distante

por seres flor e sem espinhos...

ao tempo, curva-te

em brevidade o possível

o espaço, nos diz senhor,

dois passos, o presente encaminho...

os queridos ditam verdades:

padecimento vide sorte

um portão a seco

rumas ao norte

sem arames nem farpado,

nem dores por desassossegos

ninguém melhor diria

trocas a noite pelo dia

do sertão todo encarnado,

que a vida e o amargo têm serventia  

não cumprem, não se rende a vontades

queixas da lida por facilidades

te digo, quem costura a vida

enterra a semente da lida

na espera distinta, da longevidade

em ver plantar e colher!

 

SEMENTEIRA

                 erhi Araujo