terça-feira, julho 21, 2020
SUPERFÍCIE
Florestas,
contos de madeiras...
a seiva, a alma, o verde
o orvalho no olho da serra
e seus pássaros, aranham o céu
o cipó, o carvalho, a folha da palmeira
a chuva sem dúvidas escondem abelhas
e a música... no tronco de árvores,
contando histórias, contando glórias
nos espalham, nos espelham
um mapa, a ciência, uma palma
entre as oliveiras, as seringueiras
a castanheira, os jatobás
o pó de serra, a fogueira
o pau-brasil, o cedro vermelho
na restinga, nas alturas...
às súplicas das árvores
a morte atlântica, as medidas
as flores caídas, as folhas perdidas
a copa, as queimadas...
e todas as raízes enlameadas,
das vidas.
SUPERFÍCIE
erhi Araujo
quarta-feira, julho 15, 2020
FADO
Dou-me
Ouvidos para ouvir
os ventos e sonhar,
mãos para escrever teu nome
no alto, no céu vê brilhar...
Toma-me, puro como água
substancia lírica, indolor
qual tua presença signa
faça insólito o exterior
e, digno calor da espera...
busca-te, meu corpo com vigor
a lua cheia presente, sincera
de voltas ao amanhecer!
FADO
erhi Araujo
terça-feira, julho 07, 2020
DUETOS
Essa marca de azul é tão vil
Com a mesma força que cria
No baixo ventre o varonil
Diz coragem às tontas alegrias!
É um fruto que come a esperança
Semelhança de natureza servil
Predatória e infames de lanças
Seu delírio é o insone canil
Veleidades a propor agonias
Infundo a nau brasil
Duo lácio, paióis em alegorias
Verás imundos assim por mais de mil
O fiel retorcido e arrogante
Decadência para todos e um cantil
Sem futuro e o mais importante
é saber que a decência aboliu.
se depuro, o mais humilhante
sujo a essência de todo saber
candeia, não acende mais a luz vibrante
nem a querência... nos faz acontecer!
DUETOS
erhi Araujo
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