terça-feira, março 08, 2011

Os sinais e a chuva




Quem me veste à fome?


Quem quis ou quem pedras consome


Mandacarus...


Vi quem me deste o nome!


Diz quem se reveste insone


Dos fabulosos viscondes,


Dos bálsamos


Dos dois náufragos


 Que trazes aos monges...


Se em teus ventos me rompes


Do côro aos montes


Não ouves ninguém!


Feres a fonte


O sono das virgens,


Os sonhos dos bárbaros...


A tosse, o trote, a dose, o pigarro


O tabaco, o costume, o curtume, o esbarro


Sem suspeitos, sem estragos


Quem me impede a fome?


Os sinais e a chuva
                           erhi  Araújo

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Flor de sal


Teu céu...teu mar
tua boca, meus despachos
teu corpo, meu lugar
Meus olhos, teu quintal
tuas runas, tuas dunas
teu sol, teu sal
Tua ponte, meu rio
teus barcos, meu porto...
areias úmidas, os baixios
Tuas luas, meus farrachos
teus pés, um paço matinal
teu bálsamo, teus cachos
Teu trem, meus vinténs...
meu facho nagô, um repasto comunhal
acende toda a noite um sinal, sê ninguém
Seja a flor, seja o sal!

Flor de sal
           erhi Araújo

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Máscara



una face, outras fáceis

abrindo porta, linhas e rios

rente, abaixo do horizonte...

sedam, secam, selam

rezam!

louvam a Deus, esperanças,

pendem às pontes, calçadas, cidades...

às lanças

máscara pinçada,

alguém te pintou!



Máscara
           erhi Araújo