Língua, fala-me
por tardes e diz
se quiséssemos definições na poesia,
poesia de um corpo
poderíamos chamá-la
sã liberdade, que abracei!
sou no teu corpo, sujeito natural
tela, escultura, parede,
sepulcro, prisão e berço
fetiche, memórias, objetos
espectador imparcial
O silêncio, muito ambíguo
a presença, a cobiça, o rompimento proposital
dos suspeitos, encarnado a sua língua,
poética e sem roupa, a míngua
no passo, assenta cadeiras e saltos
a sustentar o poema... pratarias e a indigência
é a superfície que a palavra escrita
sabe qual réstia de luz
dá forma aos vazios, aponta o nariz
quis a sombra que teu olho
a noite afunde os traços, e diga
o jogo, os amores escuros castiços
nos corredores...
os traços sem luz!
cicatriz
erhi Araújo
terça-feira, março 10, 2009
quinta-feira, março 05, 2009
M u l h e r e s
Quem pediu socorro...
a esperança
contando seus dramas
ou, quem sabe somente um conselho
do mundo vem
seus dramas, suas perdas e suas dores
e sempre trata de alguém,
do apego, da posse, da ilusão
ou talvez a dor e a tristeza
a alma, o sossego, a origem, a neblina, o horizonte
o caminho e a história...
a bagagem, a escolha, os olhares
suma sábia simplicidade
a aura, o campo, a crítica, a mão
de muitos anos pra aliviar as dores
os parvos senhores
uns trapos, um trago, compaixão, paciência...
contra as ilusórias aparências
um coração que perto de tudo resiste
a moda, a boca, o chiste
tontas desculpas e coragem...
dá compaixão!
M u l h e r e s
erhi Araujo
a esperança
contando seus dramas
ou, quem sabe somente um conselho
do mundo vem
seus dramas, suas perdas e suas dores
e sempre trata de alguém,
do apego, da posse, da ilusão
ou talvez a dor e a tristeza
a alma, o sossego, a origem, a neblina, o horizonte
o caminho e a história...
a bagagem, a escolha, os olhares
suma sábia simplicidade
a aura, o campo, a crítica, a mão
de muitos anos pra aliviar as dores
os parvos senhores
uns trapos, um trago, compaixão, paciência...
contra as ilusórias aparências
um coração que perto de tudo resiste
a moda, a boca, o chiste
tontas desculpas e coragem...
dá compaixão!
M u l h e r e s
erhi Araujo
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
S a t é l i t e
Dois homens te beijam
te querendo trocar paternidade
dois homens, te deixam
padecendo, lustra-te vaidades
dois homens te deleitam
carecendo, suga-te natalidade
Dois homens te queixam
devendo corar-te a fraternidade
dois homens te deitam
te merecendo alcançar, humanidade
dois homens bracejam
parecendo coar-lhe a solidariedade
Dois homens te espelham
dizendo forrar-te a virilidade
dois homens... que desejam
um oferecendo olhar, outro liberdade
dois homens que te desvendam
Dois homens que arpeiam
Temendo, te abrasar necessidades!
S a t é l i t e
erhi Araújo
Prêmio Dival Pitombo de Poesias de Feira de Santana/ Funlac 1995
te querendo trocar paternidade
dois homens, te deixam
padecendo, lustra-te vaidades
dois homens te deleitam
carecendo, suga-te natalidade
Dois homens te queixam
devendo corar-te a fraternidade
dois homens te deitam
te merecendo alcançar, humanidade
dois homens bracejam
parecendo coar-lhe a solidariedade
Dois homens te espelham
dizendo forrar-te a virilidade
dois homens... que desejam
um oferecendo olhar, outro liberdade
dois homens que te desvendam
Dois homens que arpeiam
Temendo, te abrasar necessidades!
S a t é l i t e
erhi Araújo
Prêmio Dival Pitombo de Poesias de Feira de Santana/ Funlac 1995
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