quarta-feira, dezembro 01, 2010




E mesmo enlameado
não me faz segredos a água
um veio, uma fonte, um grotão 
das águas santas a me banhar

Água benta yayá!
que guarda corpo
em nuvens claras
faz-nos regar!

Esperança...
sê, diz crianças
no rio, entre lagos da bonança

Tontas lágrimas, tantas mágoas
secam lagoas e vinganças
da mesma ponte, nos transportar!

                          erhi Araújo

quinta-feira, novembro 18, 2010

 n c o r a s

Ao despir-se do naufrágio
Ao ouvir-se sobre as ondas
Teu silêncio... tal areia
Corre a boca dentro do mar,
Ouço a voz vir à sina

Ao sol põe-se o adágio
Ao vértice da criatura
Até o teu azul cobrir a aldeia
Um traço marinho
Enseadas, canoa, jangada e anzol!


Aos pés úmidos, seca flor de sal
Vens remando
o contrário

Ao cotovelo, ao sudário futuro
Vê-se por um caminho ou qualquer atalho
Aos segredos, às claras, a luz
Deite as pedras, contas... relicário
sopras as velas, há um porto afinal!


 n c o r a s
erhi Araújo